Crise de energia na China se espalha, fechando fábricas e reduzindo perspectivas de crescimento

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(fonte de www.reuters.com)

PEQUIM, 27 de setembro (Reuters) – A crescente escassez de energia na China interrompeu a produção em diversas fábricas, incluindo muitas que fornecem para a Apple e a Tesla, enquanto algumas lojas no nordeste operaram à luz de velas e shoppings fecharam mais cedo, à medida que o impacto econômico da crise aumentava.

A China está enfrentando uma crise energética, já que a escassez de carvão, o aumento dos padrões de emissões e a forte demanda dos fabricantes e da indústria levaram os preços do carvão a níveis recordes e desencadearam restrições generalizadas ao uso.

O racionamento foi implementado durante os horários de pico em muitas partes do nordeste da China desde a semana passada, e moradores de cidades como Changchun disseram que os cortes estavam ocorrendo mais cedo e durando mais tempo, informou a mídia estatal.

Na segunda-feira, a State Grid Corp prometeu garantir o fornecimento básico de energia e evitar cortes de eletricidade.

A crise de energia prejudicou a produção nas indústrias de diversas regiões da China e está prejudicando as perspectivas de crescimento econômico do país, disseram analistas.

O impacto sobre residências e usuários não industriais ocorre à medida que as temperaturas noturnas chegam a quase zero nas cidades mais ao norte da China. A Administração Nacional de Energia (NEA) instruiu as empresas de carvão e gás natural a garantirem o fornecimento de energia suficiente para manter as casas aquecidas durante o inverno.

A província de Liaoning informou que a geração de energia caiu significativamente desde julho, e que a lacuna no fornecimento atingiu um "nível severo" na semana passada. A província expandiu os cortes de energia de empresas industriais para áreas residenciais na semana passada.

A cidade de Huludao pediu aos moradores para não usarem aparelhos eletrônicos de alto consumo de energia, como aquecedores de água e fornos de micro-ondas, durante os períodos de pico, e um morador da cidade de Harbin, na província de Heilongjiang, disse à Reuters que muitos shoppings estavam fechando mais cedo do que o normal, às 16h (08h00 GMT).

Dada a atual situação energética, "o uso ordenado de eletricidade em Heilongjiang continuará por um período de tempo", disse o planejador econômico provincial, citado pela CCTV.

A escassez de energia está preocupando os mercados de ações chineses em um momento em que a segunda maior economia do mundo já mostra sinais de desaceleração.

A economia da China está lutando contra restrições nos setores imobiliário e de tecnologia e preocupações em torno do futuro da gigante imobiliária China Evergrande, com dificuldades financeiras.

FALHAS NA PRODUÇÃO

A oferta limitada de carvão, em parte devido à retomada da atividade industrial enquanto a economia se recuperava da pandemia, e o aumento dos padrões de emissão têm causado escassez de energia em toda a China.

A China prometeu reduzir a intensidade energética – a quantidade de energia consumida por unidade de crescimento econômico – em cerca de 3% em 2021 para atingir suas metas climáticas. As autoridades provinciais também intensificaram a aplicação de restrições às emissões nos últimos meses, depois que apenas 10 das 30 regiões continentais conseguiram atingir suas metas energéticas no primeiro semestre do ano.

O foco da China na intensidade energética e na descarbonetação dificilmente diminuirá, disseram analistas, antes das negociações climáticas da COP26 — como é conhecida a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 — que serão realizadas em novembro em Glasgow e onde os líderes mundiais apresentarão suas agendas climáticas.

A crise energética afeta fabricantes em importantes polos industriais nas costas leste e sul há semanas. Vários fornecedores importantes da Apple e da Tesla interromperam a produção em algumas fábricas.

 


Data de publicação: 28 de setembro de 2021